Nessas férias fiz uma viagem para Bahia. Fazia seis anos que não ia pra lá, confesso que apesar da saudade estava com um pouco de desanimo devido à viagem ser muito cansativa, mas como fui de avião deu pra agüentar.
É incrível como só de chegar ao aeroporto você já sente o clima diferente. O ar é diferente, as pessoas são diferentes, tudo é diferente.
Fui para um povoado chamado Formoso, que fica no município de Inhambupe. La é onde meus pais nasceram e se criaram. Basicamente todos meus parentes vieram de lá, exceto os que também vieram pra São Paulo.
É muito interessante estar em um lugar onde boa parte das pessoas tem algum grau de parentesco com você, isso acaba criando um vinculo ainda maior entre você e o lugar. Uma vez minha avó me disse que eles sempre enterravam o umbigo dos netos no curral para que se tornassem grandes fazendeiros, e por mais distante que estivem sempre vinham atrás do umbigo (talvez por isso goste tanto de ir pra lá).
Uma coisa muito engraçada é como as pessoas te identificam. Você não é só fulano, você é fulano “fi” de cicrano, ou fulano de beltrano. As pessoas sempre perguntavam: Você não é “fi” de Zefinha de Totonho? Seria interessante se ao invés de sobrenome agente fosse identificado assim, seria bem mais pratico. Imagina: Nome Completo: Adriano Fi de Zefinha de Totonho.
A hospitalidade do povo baiano é muito legal. Se você vai à casa de alguém eles procuram uma forma de te agradar, mais como forma de educação e sempre lhe oferecendo algo, geralmente suco ou café. (adoro sucoJ)
O que me chamou bastante atenção foi a valorização da música produzida por eles. A música que eles consomem são basicamente ritmos nordestinos e sertanejos, mesmo que esses tenham forte influencia da música pop estrangeira. Os gêneros mais ouvidos são Forró (na maioria adaptações em português de sucessos internacionais), Axé, Pagode Elétrico( uma espécie de samba com instrumentação de axé feita exclusivamente para dançar e letras que explicam a coreografia da dança), Sertanejo e Arrocha(música lenta com letras “Dor de Corno”). Sem querer julgar a qualidade desses gêneros, o fato da valorização da música local é fantástico!Eles até escutam música estrangeira, mas não ficam babando ovo pra gringo. A estrutura dos shows de bandas desses gêneros também é absurda! Puta produção de palco e som impecável. Seria interessante se no Brasil inteiro o povo tivesse essa consciência, conhecer e respeitar o que vem de fora mais valorizar a nossa música!
Não precisa nem comentar que a Bahia tem paisagens lindíssimas, o céu é azul e as nuvens têm forma de bichos, a noite tem estrelas, as praias são limpas... Mas o que torna a Bahia mais interessante é a energia positiva das pessoas que ali vivem, sem preocupações e estresses excessivos, se divertem como pode, são o que são e são felizes assim.
Tudo isso faz com que na Bahia eu me sinta em casa, e do resto eu sinta saudades...
Música do dia: Acontece que eu sou Baiano – Dorival Caymmi
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